sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Realejo

E quando eu vi
já não era infeliz
nem havia o medo
nem havia a dor.

Só havia o tempo
deslizamentos de terras
temporais
tempestades
e eu
e só.

Só havia o Deus
e essa pretensa sensação
do Amor
e do fogo
que arde
e do gozo
que não se vê.

E quando eu vi
já não era eu
nem mais havia
meus amigos
meu calor.

E quando eu vi
era só o retrato
de uma vida perdida
encontrada
morta vivida e
ressuscitada.

Um comentário:

  1. o que é a vida, senão um eterno morrer-se e ressuscitar? perder e se achar... muito bonito o poema.

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